Sou médica, tive um aborto no ano passado, e esse ano praticamente na mesma época engravidei novamente. Parecia um sonho mas tinha tanto medo! No início foi complicado, tive sangramento mas fiz repouso e usei medicação e estava tudo certo. Com 14 semanas minha médica me liberou para voltar a trabalhar, estava tudo bem.
Com 18 semanas levantei para ir trabalhar e quando fui ao banheiro, estava com pequeno sangramento... O ultrassom mostrou que meu colo estava aberto e a bolsa já estava começando a sair, minha médica falou que eu precisava fazer um procedimento chamado cerclagem, de urgência. Como moro em uma cidade do interior, onde não tem estrutura pra fazer tal procedimento, tive que ir pra capital que fica há 4 h da minha cidade, graças a Deus é onde minha família vive.
Quando cheguei ao hospital, a médica que me examinou falou que o aborto já estava em andamento, teria somente que esperar evoluir... Toda esperança que vim agarrada na viagem foi perdida! Chorei muito na frente das médicas, não tinha reação, e a insensibilidade foi tão grande daquelas duas profissionais, foram irônicas, chegaram a falar que era para eu sair da sala, que sou médica também e já peguei casos como meu.
Deixaram-me em uma sala esperando a internação. Nesse momento minha irmã chegou, ela me deu um pouco de esperança de volta. Pedi muito para Deus colocar um médico bom de coração e de competência, e veio uma médica com essas qualidades. Ela falou que minha situação era complicada mas que teríamos que tentar. Ligou para outro médico que veio tentar fazer a cerclagem. Sabia do risco da bolsa se romper, mas se deixasse daquele jeito a pressão da bolsa sobre o colo iria fazer eu entrar em trabalho de parto.
Então, fui ao centro cirúrgico com muita esperança e medo, e assim que fizeram a anestesia raqui, a bolsa rompeu, fiquei desesperada! Mas, ao contrário daquelas primeiras médicas, todos os médicos que estavam no centro cirúrgico (três médicos homens) tiveram uma sensibilidade tão grande e um carinho que me senti mais tranquila. Voltei a estaca zero, teria que esperar...
No dia seguinte, outro médico passou e disse que não teria mais nada para fazer, o risco de infecção era grande e teria que induzir o aborto. Mas, o meu bebê estava bem, com o coração batendo normal, porém, eu estava sendo pressionada por eles a induzir o aborto... Eu não iria tirar meu bebê enquanto ele estivesse com coração batendo, iria lutar e ter esperança!
Com 4 dias de internação quando fui ao banheiro, o cordão umbilical saiu pelo canal vaginal; outra médica veio e colocou para dentro de novo. Escutou o coração do meu bebê e estava normal. Ela disse "com o coração batendo não poderia induzir, pois seria provocar o aborto" (opinião contrária do outro médico).
Quatro dias depois, meu bebê começou ficar com o coração fraquinho, e depois de 10 dias de internação, a médica mais uma vez me falou que, embora estava fraco, estava batendo e como eu estava bem não iria induzir.
No outro dia, pensei que o pior aconteceria, mas quando a médica colocou o sonar e o coração do meu bebê estava normal, parecia um milagre, não parecia, é um milagre! Hoje faz 12 dias que estou internada e com fé em Deus vou ficar até meu bebê estar pronto para vim ao mundo.
Não sei qual propósito que Deus tem para mim, mas tenho muita fé e enquanto meu Bento estiver lutando, quem sou eu para desistir (Bento é o nome do meu bebê).
Sei que muitas passam por isso, e, por desconhecimento, acabam fazendo o que os médicos indicam. Mas pelo meu bebê vou lutar a cada dia!
- Poliana Nunes
Meu caso de aborto espontâneo em fev/2014 foi bem parecido. Acabei fazendo o que os médicos queriam estava com 23 semanas de gestação e induziram o nascimento do meu bebê ainda vivo.sera que se tivesse sido diferente hj ele estaria aqui comigo? Só Deus teria essa resposta para mim. Att: Elisabete
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