domingo, 22 de novembro de 2015

Entrevista com Fernanda Brum


Tive quatro experiências (aborto espontâneo). Era sempre assim: gerava-se até três meses e depois parava de bater o coração. Com três meses, o embrião já se tornou um feto. Era uma expectativa muito grande, porque havia mudanças no corpo. Eu sentia vontade de comer mais, desejo, enjoo, aquelas coisas comuns em grávida. De repente, o coração do bebê parava. 

Foram seis gestações ao todo, sendo quatro abortos espontâneos, dois antes do meu filho nascer (Isaac) e dois depois. Os dois abortos depois que tive o Isaac foram os mais difíceis. Isso porque eu já tinha tido uma criança mexendo dentro de mim. Eu já sabia o que era uma gravidez. A expectativa de ter outro filho era tão maravilhosa! De repente, a decepção de viver, de novo, a mesma coisa. Não tem explicação o que eu vivi. 

O último foi mais duro, porque eu fiquei com o feto morto algum tempo na minha barriga. Enquanto eu caminhava em um shopping para ter dilatação, e as pessoas me viam e me perguntavam: “Olha, como vai? Você está grávida?” E eu respondia: “Nãããooo!… Estou grávida, mas o bebê está morto”. E elas retrucavam: “O que está fazendo então aqui?” Foram situações bem dramáticas, difíceis e de muita dor física também. Porque o aborto dói... As contrações, a curetagem, o pós-operatório,... Eu não desejo que ninguém viva isso.

O LUTO E A FÉ
As pessoas devem falar com Deus com muita certeza, muita clareza. As pessoas não podem ignorar suas dores e, num momento desses, elas devem conversar com Ele no seu quarto, em secreto, tudo aquilo que pensam. Foi assim que fui curada, falando tudo que sentia para Deus. Porque os que choram, serão consolados. Não podemos ignorar o luto. Ele tem um tempo para se organizar, fazer morada e depois ir embora. Se você não encara o luto, você fica com ele para sempre dentro de você.

UMA PALAVRA PARA AS MULHERES QUE PASSARAM POR ISSO.
Perseverem e procurem a medicina. Mas em primeiro lugar, procurem o Senhor. Deus pode usar a medicina para nos abençoar, mas, no meu caso, a única coisa que utilizei da medicina foram de óvulos de hormônios que o medico pediu que eu utilizasse para aumentar a capacidade de implantação do embrião. Mas não tive nenhum tipo de ajuda como fertilização in vitro. Até procurei, mas quando o fiz, já estava grávida. Não sou contra. Acho até que as pessoas devem procurar a ciência. Mas, em primeiro lugar, ao Senhor, porque é Ele quem sopra a vida. E não tem ciência que dê jeito se Deus não soprar a vida. Perseverem e sigam em frente

FONTEhttp://www.profetizandoasnacoes.com.br/

Cora Coralina


Um repórter perguntou à Cora Coralina: O que é viver bem?
Ela disse-lhe: “Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.  E digo pra você, não pense. Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou ouvindo pouco. É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso. (...) Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Eu não digo nunca que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada, mais fica.  Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio! (...) procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de  mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes."
Cora Coralina foi uma poetisa e contista, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
Fonte: http://saber-literario.blogspot.com.br/

Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
                                   Cora Coralina