quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Por que Deus permite estas coisas?

"Por que pais irresponsáveis, sem amor, sem respeito e até sem desejarem têm tantos filhos, e eu, que não sou má,  perco meu bebê? Por que Deus permite essas coisas?"
Perguntas assim podem povoar sua mente. E eu não estou aqui a fim de responder o irrespondível nem  consolar o inconsolável. Não me considero capaz disso e não acho que ser humano algum pode fazer tal coisa. Mas existe um trecho bíblico que pode nos ajudar a refletir um pouco melhor sobre essa perda incompreensível: 

" (...) o justo é levado antes que venha o mal, e entra na paz." Isaías 57.1,2

Eu sei que nossas mentes e corações são limitados para aceitar essa declaração. Queremos ter nossos filhos. Sabemos que iríamos cuidar bem deles e seriam boas pessoas, felizes, saudáveis. Mas Deus sabe mais. Claro que, na hora da dor, Ele parece injusto diante de perdas como a nossa, porém nos esquecemos que só O SENHOR sabe o futuro. (E se voltar contra Ele não resolverá; não trará nossos bebês de volta.)  E quanto as perguntas do início do texto, que ainda continuam sem respostas, deixo este trecho para reflexão:

"As coisas ocultas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas são para nós (...) " Deuteronômio 29: 28 

Leituras complementares:
Quem pode te consolar?
O exemplo de Jó

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Reviver


Eu sei que é difícil aceitar, entender.  Para você que perdeu seu bebê recentemente e, de repente, como num piscar de olhos, viu seu mundo desabar. Tudo isso ultrapassa violentamente o seu entendimento, não é mesmo? Não é fácil assimilar a morte de alguém que não nasceu. Não é fácil sentir saudades do futuro, daquilo que você poderia ter vivido com o seu filho.

Talvez você esteja na linha tênue entre a dor da perda e a depressão. Sentindo-se arrastada pela tristeza, perdendo o interesse pela vida. Eu  entendo você. Não estou aqui para desprezar ou bloquear seu luto. Mas pense um pouquinho comigo: seguir alimentando as lembranças ou os sentimentos do aborto espontâneo é como se você perdesse seu filho — de novo — todos os dias. Você não percebe  que seu filho (a) não desejaria isso para você? Porventura não chegou a hora de fazer calar o coração, e deixar a inteligência e a fé falarem mais alto? Não desperdice aquilo que o seu filho perdeu: A VIDA
Eu sei que não é fácil. Sei que você já tentou muitas vezes sair dessa. Mas vamos lá, tente de novo! Pouco a pouco, sem imediatismos, procure recuperar a fé em si mesma.  Apesar da sensação de abandono, impotência  e  solidão, você não está sozinha.  Repare tudo que já passou até aqui... Percebe a força que tem? Também já reparou os sinais de Deus mostrando que, mesmo diante da perda, Ele não te abandonou? Então, amiga (o), erga-se.  E aquela dor que machucava seu ser dará lugar a aceitação, e a paz habitará em seu coração. 

Elaine Rodrigues

segunda-feira, 20 de março de 2017

Seguindo em frente...



Eu tive 4 abortos (nos anos 2006/2008/2009/2011). Chorei. Sofri. Pesquisei, me  frustrei e me senti inútil — incapaz. Tenho que conviver com o sentimento de dó das pessoas. Muitas pensam que  tenho inveja delas por elas terem filhos e eu não. É difícil ter que ficar babando em todo bebê que aparece só pras pessoas não pensarem que você não foi ver porque tem inveja ou é frustrada.
Mas sabe de uma coisa? Eu quero sim! O sonho continua. Mas eu não sou o meu sonho. Ele não me define. Não pode reger a minha felicidade. A alegria e a felicidade vêm de Deus — com filho ou sem filho. Se Ele der o filho, Ele é Deus; mas se Ele não der —, continua sendo Deus. Ele pode alegrar meu coração dia a dia e me ensinar a ser grata pelo que tenho, e não amargurada pelo que poderia ter. 

Por Michele Anacleto (leitora do blog)