terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Qual a lição que seu filho deixou?



A perda de uma gestação é uma experiência intensamente dolorosa. Não importa quantas vezes você passou por essa dor,  cada uma é única.  Mas nossos filhos  deixaram um pedacinho deles com cada uma de nós — uma lição.  Você já pensou nisso? Já  compreendeu  o ensinamento que ele (ou ela) deixou? 

Faz 3 anos que perdi meu bebê, e, é claro que eu queria muito tê-lo em meus braços, mas já que isso não foi possível, então escolho "ouvir" e honrar a lição que sua partida deixou. Apesar do pouco tempo que estivemos juntos (14 semanas), aprendi muito com ele:

Lição 1 - Tempo: Aprendi que o tempo da vida é sensível, e pode ser  perdido, ou arrancado a qualquer momento, sem aviso. Por isso devo valorizar cada instante.


Lição 2- Os porquês: Não importa o quão árduo seja a busca por respostas, há mistérios na vida que nunca saberemos. 

Lição 3- A cura:  Hoje estou melhor do que há 3 anos, mas isso não quer dizer que esqueci meu filho nem forcei esquecimento. Aprendi a lidar com as tristezas e emoções, independente da opinião alheia. Aprendi a ter expectativas e a depender só de Deus e de mim mesma.

Lição 4 - Os comentários: Percebi que por falta de informação e entendimento sobre o aborto espontâneo, muitos machucam com a intenção de consolar.  Por isso não alimento raízes de amarguras quando me sinto incompreendida, isso só machucaria ainda mais. É preciso perdoar a ignorância das pessoas.

Lições 5- Pessoas certas: Para cada momento na vida existem as pessoas certas com as palavras  certas. Não devo me precipitar e sair por aí  falando das minhas dores para todos nem jogar a minha vida "no ventilador das redes sociais".

Lição 6- Sem medo: Aprendi que posso planejar o futuro com confiança, com o coração aberto para a vontade de Deus. E se decidi não ter mais filhos, não foi por causa das amarras do medo, mas sim por uma tranquila escolha pessoal.

Lição 7- União: Tenho sido tocada a aprendi muito com cada experiência compartilhada comigo. Meu filho deixou-me esta lição — estar unida às  mulheres que enfrentam a perda gestacional.  Procuro levar informação, compreensão e ouvidos para quem precisam falar. Sem julgar. Sem criticar. Sem medir a dor de ninguém. 

Poderia viver enlutada, revoltada e  lamentando o filho amado que perdi. No entanto, escolhi praticar as lições que ele  deixou.  E você o que escolhe hoje?

Qual a lição que seu filho deixou?

- Elaine Rodrigues ( Adm. do Blog e da Página Aborto Espontâneo)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Depoimento de superação — leitora do blog


Meninas, em 2015 eu já tinha postado aqui sobre o aborto espontâneo que sofri. E como todas nós sabemos, isso é muito doloroso  independente da semana ou mês de gestação. 

Eu sofri por um tempo com depressão. Quase deixei meu casamento ir para o ralo! Vivia escutando dos médicos que era necessário fazer um tratamento para engravidar, mas que isso iria demorar muito. 

Pois bem, em 2016 deixei rolar... Não criei expectativa. Estava até resolvendo umas coisas para colocar o DIU, porque já estava cansada do meu positivo nunca chegar. Quando foi um belo dia, eu estava em uma consulta e descobri que estava grávida de 2 meses!   Chorei tanto que na hora não acreditei... 
Hoje o bebê está comigo, bem e saudável!

A mensagem que quero passar é: NÃO parem de lutar pelo tão sonhado positivo. NÃO DESISTA de ter seu filho ou filha nos braços. O caminho é árduo, mas a vitória é certa! Que Deus abençoe cada uma de vocês. 

- Nady Silva (leitora do blog)

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Meu Maior Presente (leitora do blog)


      Sofri 2 abortos. E como sofri! O primeiro aconteceu em 2012.  Engravidei assim que parei o anticoncepcional, demorei para descobrir e quando descobri, iniciei o pré natal. Fiz todos exames solicitados e foi marcado o primeiro ultrassom com 10 semanas. Porém, neste mesmo ultrassom foi detectado que o bebê não tinha batimentos. Foi feita curetagem.
      Demorei para aceitar e tentar recomeçar...
      Em 2013 recomecei as tentativas, mesmo com muito medo, depois de 7 meses engravidei. Com 5 semanas conseguimos ouvir o coraçãozinho no ultrassom, porém quando tinha 7 semanas, mais uma vez sem batimentos e novamente curetagem.

      Pensei em desistir. Briguei com Deus, esbravejei, chorei, sofri... Foi quando Deus ouviu minhas preces em meio a lágrimas e sofrimento e me abençoou novamente.  Tive muito medo e insegurança, porém,  deixei tudo nas mãos de Deus e foi uma gestação ótima, sem nenhuma intercorrência.
      Eis que nasceu  em 12/08/2015,  Maria Elise. E hoje digo, se soubesse que teria que passar por tudo isso para ter minha princesa, passaria tudo de novo!
      Deus não nos desampara e sempre cuida de nós, mesmo quando não acreditamos. Sou a prova viva disso!
 - Karina Reimberg (leitora do blog)
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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Como curei minha dor...


Tudo o que vou citar aqui foi um modo que encontrei para me curar e conseguir sonhar com uma nova gravidez. Então, digo a todas que perderam seus bebês:
- Chore o quanto for necessário.
- Fale do seu filho; ele existiu e transformou a sua vida, então merece ser lembrado.
- Não ligue para o que as pessoas dizem, elas não entendem a sua dor, portanto, não vão saber lidar com ela. Releve.
- Converse com seu parceiro, sempre que se sentir triste ou quando passar um dia difícil. Isso fez parte da minha cura. E nossos parceiros sofrem tanto quanto nós. Eles apenas lidam com a dor de outra forma.
- Não se apresse em engravidar novamente.  Li muitos relatos de mulheres que engravidaram logo em seguida e se sentiam culpadas, com mais medos, etc.  Existe um tempo de cura.  Cada mulher tem seu modo e seu tempo para chegar nesse equilíbrio. Se forçar a engravidar logo para suprir essa falta, pode não ser tão saudável.

- Não ache que isso foi um castigo ou algo que você fez de errado. A natureza é sábia, e se aconteceu é porque era para acontecer. Não dá para prever ou prevenir. Aceite que isso aconteceu da forma e no momento certo. Se acredita em Deus, ore. Peça O consolo que você tanto precisa.
- Não se prive de sorrir; o sorriso faz parte da cura. E não se culpe por em alguma momentos estar feliz, apesar do luto.
Aprendi a pensar nos meus filhos como uma benção, independente do período que estiveram comigo.

Por Helena Constantino